Todos os profissionais que lidam diretamente com um curral para gado sabem que há problemas muito comuns que comprometem a vida útil dessas estruturas. Além disso, o manejo inadequado pode comprometer o bem-estar animal, o que prejudica a qualidade dos seus produtos.

Alguns problemas no manejo do curral são muito frequentes e alguns produtos são manejados da forma incorreta com soluções apressadas. Com o tempo, se percebe que eles trazem ainda mais transtornos.

Diante disso, é essencial contar com as práticas certas e recomendadas por bons os especialistas. Para ajudá-lo nessa tarefa, preparamos este post especialmente para você. Acompanhe!

1. Utilizar um bom sistema de escoamento de água

O excesso de lama no curral é um dos principais problemas enfrentados pelos produtores. Isso atrapalha o trabalho de todos os funcionários, além de dificultar a locomoção dos animais. Consequentemente, há uma queda da produtividade e um maior risco de acidentes. Para evitar esse problema, o primeiro passo é escolher um bom terreno, que deverá ter uma drenagem e uma declividade adequada para facilitar o escoamento da água.

No entanto, nem sempre isso é possível. Frequentemente, o pecuarista já compra o curral pronto ou já tem um terreno comprado. Então, uma solução bastante prática é a instalação de drenos em alguns pontos estratégicos. Eles captam a água da chuva e a redirecionam para fora do recinto. Desse modo, é possível mitigar a quantidade de lama formada.

A escolha desses pontos deve considerar as características do terreno. Deve-se privilegiar as regiões de declive, onde a água se acumula. Também, é imprescindível fazer um canal na região central do curral.

Para isso, com uma retroescavadeira, você deverá abrir uma valeta principal de um a dois metros de profundidade. Ela deve ser preenchida com pedras grandes a fim de evitar o desmoronamento da terra. Outros canais secundários menores poderão ser conectados a ela, formando uma malha de drenagem.

Como não são utilizados motores para a sucção da água, os drenos aproveitam a força da gravidade. Então, a região drenada deve estar acima da saída da água. Caso contrário, não haverá escoamento.

Essas medidas também ajudam a prevenir problemas sanitários. Afinal, a lama é a principal responsável pelas afecções podais dos animais — que é o principal problema veterinário da pecuária. Além disso, aumentam a durabilidade do curral, pois se evita que os palanques se desgastem devido à umidade excessiva.

2. Evitar a utilização de pedras para correção do terreno

O trânsito dos animais no curral gera o deslocamento da terra. Com o tempo, aparecem falhas na superfície do terreno, que ajudam a acumular água, formar lama e podem provocar acidentes. Ademais, como explicamos, a água deixa os palanques mais expostos à deterioração, o que pode causar a necessidade de uma substituição prematura.

Em algumas situações, como as campanhas de vacinação contra febre aftosa, o cuidado deve ser redobrado, pois há uma movimentação maior em regiões bem específicas, como as entradas e saídas das porteiras de acesso aos galpões. Isso aumenta o desgaste do terreno. Então, deve-se buscar uma reposição rápida da terra com a finalidade de tampar os buracos.

Como uma medida paliativa e mais simples para esse problema, alguns produtores utilizam pedras para fazer a compensação. No entanto, isso é muito negativo para os animais. Elas se desencaixam com muita facilitada e, assim, o boi pode pisar em falso e se machucar gravemente.

Em tempos de chuva intensa, essas pedras podem ser levadas pela água e provocar danos nas principais estruturas do curral, como as lonas, as vigas e os palanques. Portanto, vale a pena ter um pouco mais de trabalho e fazer a terraplanagem manual com o material certo.

3. Eliminar os degraus dos pisos

Geralmente, os produtores fazem a concretagem da seringa para facilitar o acesso ao tronco coletivo. Isso deixa o trânsito dos animais mais fluido e traz mais conforto para o trabalhador. Quando você deixa um degrau na transição do concreto para o chão batido, os bois podem pisar bem no meio dele.

Isso gera dois problemas principais: o animal pode se machucar ou quebrar a estrutura com o seu peso. Para evitar esse inconveniente, deve-se fazer uma rampa com uma inclinação de 45°. Isso reduz a tensão sobre o concreto e permite uma transição mais segura para o animal. Seguindo essa dica, você não terá de fazer uma reforma tão cedo.

4. Utilizar lonas e geomembranas de proteção

As lonas e as geomembranas podem ser utilizadas nos currais para evitar todos esses problemas em relação ao escoamento de água. As primeiras são muito versáteis e podem ser empregadas tanto para a impermeabilização temporária do solo quanto para a cobertura de estruturas. As geomembranas, por outro lado, fornecem uma proteção permanente contra a infiltração de água no solo, sendo empregada também em reservatórios de água, canais de irrigação etc.

No curral, há várias possibilidades de uso:

• impermeabilização dos drenos, o que melhora a capacidade de escoamento da água para fora do terreno;
• aplicação sobre o solo durante as chuvas, o que reduz a superfície exposta. Todavia, as lonas não devem ser utilizadas para as regiões de trânsito de animais, pois são escorregadias;
• cobertura de estruturas de proteção, a fim de evitar os altos custos com a construção de paredes de madeira ou alvenaria, entre outras.

Atualmente, há fornecedores de lonas e geomembranas de altíssima qualidade especializados no atendimento do produtor rural, independentemente do porte do seu rebanho.

Benefícios do manejo eficiente do curral para gado

O manejo eficiente do curral, além de melhorar a sua durabilidade, traz algumas outras vantagens para o agropecuarista, como:

• bem-estar animal, pois eles estarão menos submetidos a doenças e ao estresse gerado pela lama;
• maior produtividade dos trabalhadores, os quais poderão passar mais tempo cuidando do rebanho que fazendo reparos nas estruturas;
• redução de custos, uma vez que não serão necessárias reformas tão frequentes, o que gasta recursos humanos e materiais.