Junto do inverno, chega ao Brasil o período de colheita do milho de segunda safra. Em 2021, de acordo com um levantamento realizado pela consultoria AgRural, a colheita da safrinha já havia sido realizada em 39% das áreas cultivadas na região Centro-Sul do país no dia 22 de julho. Esse dado coloca a situação do grão em atraso, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, quando 53% da área de plantio já havia sido colhida.

Nesse contexto, e levando em conta a importância do milho na agricultura brasileira — já que o nosso país é um dos maiores produtores desse cereal no mundo — torna-se indispensável conhecer as melhores práticas de cultivo e colheita desse grão. Confira mais sobre o assunto!

Você conhece a safrinha?

No Brasil, o plantio ideal do milho deve ocorrer entre os meses de outubro e dezembro. Isso permite que o desenvolvimento vegetativo ocorra, justamente, nos meses de mais chuva e incidência de luz solar em nosso território — o que é muito positivo para o cultivo desse cereal.

Contudo, graças às possibilidades dadas pelo avanço tecnológico do setor agrícola, também é possível ocorrer o plantio entre os meses de janeiro e abril. O produto desse plantio tardio é chamado de safrinha ou segunda safra.

A diferença entre a primeira e a segunda safras não é grande, já que as fases do ciclo da planta são as mesmas. Porém, dentre as desvantagens da segunda safra no Brasil, está a diminuição das chuvas durante os meses de outono e inverno, que se tornam, em muitos locais, escassas. Isso precisará ser compensado com irrigação para que a safra tenha sucesso.

Outra desvantagem da safrinha é que pode ocorrer o prolongamento do ciclo do milho devido às condições de luminosidade inferiores àquelas do momento da primeira safra. No entanto, um bom planejamento pode garantir que ambas sejam bem-sucedidas.

O atraso da colheita do milho de segunda safra em 2021 ocorre, justamente, devido às condições climáticas frias e geadas que ocorreram no início do inverno em alguns estados do país, como Paraná e Mato Grosso do Sul. Em algumas áreas do Brasil — região do Sealba, Roraima e Amapá — também ocorre o cultivo do milho de terceira safra, graças a condições climáticas favoráveis.

Quais são as boas práticas no plantio do milho?

Considera-se o milho uma planta de demandas médias, no que diz respeito ao solo, e altas, em relação à água. Além disso, é considerada uma planta aproveitadora de nutrientes de plantios anteriores no mesmo terreno, de forma que deve ser plantada em um sistema de rotação de culturas, e logo após a colheita de uma cultura exigente em adubação, tal qual feijão, batata ou algodão.

A colheita do milho, por sua vez, deve ser realizada a partir da maturação fisiológica do grão. Ela pode ser percebida quando 50% das sementes na espiga mostram uma pequena mancha preta próxima ao sabugo.

Além disso, a qualidade dos grãos está diretamente ligada ao teor de umidade dos mesmos no momento da colheita do milho. O ideal é que esteja entre 12% e 13%, mas também é possível realizar a colheita em um momento anterior, com o teor de umidade em até 20%. No entanto, isso acarreta maiores custos de secagem.

Muitos agricultores preferem postergar a colheita da segunda safra para aguardar a maturidade dos grãos e diminuir os custos de armazenamento do milho. Esse procedimento é arriscado e demanda boa monitoração, já que a exposição extra dos grãos no campo também pode resultar em danos ao produto e prejuízos.

Entender essas informações pode ajudar a guiar o processo de colheita do milho e garantir a qualidade do seu produto. Não deixe de aproveitar as melhores épocas para assegurar uma melhor produtividade no campo.

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