Melhores práticas de segurança em silos

É amplamente sabido que o setor de produção agrícola é um dos fortes alicerces que sustentam grande parte da economia do país. Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu 1%, encerrando a recessão dos últimos dois anos. Entretanto, apesar dos avanços e da modernização da agricultura brasileira, a segurança em silos é ainda um assunto que necessita de mais atenção.

O recente prognóstico de crescimento na área plantada e na produtividade de grãos no Brasil prenuncia, também, um aumento nas unidades de armazenagem. Essas estruturas, indispensáveis para a cadeia de produção agrícola, oferecem inúmeros riscos para os funcionários, e esses perigos trazem à tona a importância de garantir a saúde e a segurança no trabalho.

Mas quais são os problemas que podem ser causados por um silo não adequado às Normas Reguladoras (NRs)? E quais são as práticas que garantem a segurança nos reservatórios? Para responder a essas questões, elaboramos este artigo para você! Boa leitura!

Quais são os riscos no trabalho em silos?

O processo de industrialização de alimentos consiste no recebimento, na armazenagem, no transporte e, por fim, no descarregamento dos produtos. Os silos são construções essenciais para a agricultura, pois a fase de estocagem dos grãos influencia diretamente a qualidade e o preço das mercadorias.

Todas essas etapas do decurso oferecem muitos riscos aos trabalhadores. Entretanto, o setor de armazenamento tem grande potencial de causar sérios acidentes, uma vez que é considerado um espaço confinado e entra na NR 33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados da NBR 14.787 da ABNT).

Vejamos algumas das possíveis ameaças caso as práticas de segurança em silos não sejam adotadas:

Explosão e incêndios

O descarregamento das sementes nas moegas, feito pelos caminhões graneleiros, produz uma imensa nuvem de poeira, em condições adequadas para ocasionar uma explosão. Isso acontece quando a superfície da poeira dos grãos é aquecida até chegar ao ponto de liberação dos gases de combustão que, ao entrarem em contato com uma fonte de energia (eletricidade estática), dão início ao incêndio.

O processo de decomposição das sementes também pode originar gases altamente inflamáveis, como metanol, propanol e butanol, principalmente se a umidade dos grãos for superior a 20%. Além dos perigos da própria explosão e dos incêndios, essa poeira agrícola pode provocar graves problemas respiratórios e oculares.

Riscos físicos diversos

Quando as condições de estocagem de grãos são inadequadas, as chances de proliferação de fungos, bactérias, insetos e ácaros aumentam consideravelmente. Como o trabalho na agricultura industrial é intenso, a frequência respiratória aumenta, o que amplifica, também, a capacidade de absorção de agentes biológicos.

Outros perigos envolvem danos físicos causados pelos ruídos e vibrações excessivos dissipados pelas máquinas que fazem parte do sistema de produção, além do calor demasiado emitido pelas fornalhas. Podem acontecer, também, acidentes diversos em decorrência do manuseio da maquinaria.

Problemas ergonômicos

Os riscos ergonômicos a que os operários estão sujeitos se referem ao fato de as dimensões de acesso ao ambiente confinado serem muito reduzidas, o que exige certa contorção do corpo e dificulta o resgate, caso ocorram acidentes.

Além disso, no momento do carregamento de grãos ensacados, se o trabalhador não estiver bem instruído, podem ocorrer injúrias à coluna vertebral (incluindo esmagamento de discos), torções e lombalgias.

Acidentes por altura

A dimensão dos armazéns varia de acordo com a sua finalidade, mas, independentemente da finalidade a que se destinam, são estruturas gigantescas. Sendo assim, entram na NR 35 (Segurança para Trabalho em Altura da ABNT) e é necessário que sejam tomadas as devidas precauções.

Soterramento de trabalhadores

O interior de um silo é um local traiçoeiro e hostil. Os riscos de soterramento são grandes quando o funcionário entra sozinho no compartimento e tenta andar sobre os grãos (aparentemente firmes e estáveis), sem o cinto de segurança.

Como garantir a segurança em silos?

Para que as condições de trabalho em silos sejam mantidas de forma segura, os armazéns podem ser construídos ao ar livre, desde que em terrenos bastante planos e compactados (para suportar a carga de trabalho), arejados, limpos e bem drenados. É importante, também, que estejam localizados longe de árvores e urbanizações.

Quanto à prevenção de explosões, a melhor maneira de evitar que aconteçam é fazendo a limpeza do local com frequência, sempre com aspirador e nunca varrendo a poeira. Após ser coletado, o pó deve ser filtrado e armazenado em silos fora da área de perigo e equipados para minimizar os incêndios. Cabe lembrar que a umidade do ar deve ser mantida em torno de 50%, pois os riscos de explosão aumentam em um ambiente muito seco.

É imprescindível investir em sistemas de prevenção e proteção, como a ventilação exaustora do armazém. Ela assegura a saúde do operário, uma vez que capta agentes poluentes antes que eles se dispersem pelo ambiente. Além disso, a aeração diminui e padroniza a temperatura dos grãos.

As construções devem ser providas de estruturas, como escadas e plataformas de acesso, devidamente sinalizadas. E em conjunto com essas medidas, deve ser obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras para evitar a inalação de gases, cintos de segurança e protetores contra ruídos, além da utilização de aparelhos que indiquem o nível de gases voláteis suspensos no ar.

Cabe ressaltar a importância de instruir e capacitar a equipe de trabalho para que todos os funcionários envolvidos na indústria saibam prevenir acidentes e, também, como agir em todas as situações de risco. As empresas são obrigadas, por lei, a garantir a segurança de seus trabalhadores, mas esses devem informar a ausência de equipamentos e qualquer condição inadequada. Vale lembrar que a maioria dos acidentes ocorre por negligência aos sinais de ameaça.

O Brasil tem um enorme potencial para o agronegócio, e os índices econômicos demonstram que os produtores têm utilizado essa capacidade com sabedoria. Entretanto, é necessário frisar que os investimentos tecnológicos não podem ser unicamente voltados para manter a qualidade dos produtos, mas também deve-se despender mais atenção e comprometimento às práticas que preservem a vida dos funcionários envolvidos em todas as etapas da cadeia produtiva.

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