Em 2018, a Gestão e Inovações realizou o seu primeiro curso sobre Inteligência Artificial para gestores, que colocaram em prática soluções em seus segmentos de negócios. O tema começava a ser valorizado no país, em contexto de transformações digitais, que se intensificam de maneira exponencial.
Inteligência Artificial insere-se em um vasto campo de pesquisa, publicações e inovações. Diversas são as abordagens e enfoques. Embora a construção de máquinas inteligentes seja de interesse da humanidade tanto em personagens fictícias quanto em autômatos mecânicos, o desenvolvimento da tecnologia de IA iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial com o artigo Computing Machinery and Intelligence do matemático inglês Alan Turing e o termo IA foi cunhado em 1956.
Para a resposta à própria pergunta “podem as máquinas pensar?” (TURING, 1950, p. 433) ele apresentou o argumento afirmativo, quando forem identificadas as máquinas como computadores digitais, com o critério de que máquinas construídas podem pensar, se dotadas de adequada capacidade de armazenamento de dados, com velocidades de processamento aumentadas de maneira adequada e com programas apropriados. A aprendizagem de máquina havia sido idealizada (TURING, 1950).
Descrita, então, como a inteligência exibida por máquinas, IA pode ser conceituada como um conjunto de princípios e sistemas computacionais com a capacidade de desempenhar tarefas que demandam a inteligência humana. O aprendizado de máquina é uma aplicação de IA que fornece aos sistemas a capacidade de aprender e melhorar automaticamente a partir da experiência sem ser programado explicitamente. Como IA se utiliza de modelos matemáticos e da entrada, análise e predição de dados, a organização e a qualidade dos dados que a precedem são fatores críticos de sucesso.
O aprendizado de máquina utiliza algoritmos que aprendem como atribuir um rótulo de classe a exemplos do domínio de um problema, como na classificação de e-mail como ‘spam’ ou ‘não é spam’.
Inteligência Artificial Generativa
Durante os atuais avanços da IA, como o uso de Chat GPT ou similar, a velocidade de mudança das profissões está sendo alterada. Sabemos que há falhas na padronização e que erros podem acontecer, mas as empresas e pessoas estão buscando as inovações. Foram aplicados 4,4 trilhões de dólares para a economia global com a IA generativa, segundo pesquisa da McKinsey (agosto de 2023).
A revolução digital está no início, sabemos, mas é difícil acompanhar a velocidade e a amplitude das mudanças. Ou melhor, o mercado consumidor que comanda e as soluções tecnológicas digitais respondem e crescem exponencialmente. Os robôs, os chatbots, soluções com o uso de inteligência artificial, estão em todos os lugares: nos celulares, nos computadores e nos demais dispositivos.
E as pessoas estão conectadas todo o tempo, usam mais o WhatsApp, as redes, plataformas, clouds e sistemas. Estar conectado com a internet tem sido o divisor de águas. Softwares e outras soluções com inteligência artificial tem aumentado a eficiência de processos. A robotização, a automação e digitalização evoluem rapidamente nas organizações.
ChatGPT e LLMS
– Em novembro de 2022 a OpenAI, uma espécie de laboratório de pesquisa de uma instituição americana sem fins lucrativos, cria o ChatGPT e ganha 100 milhões de usuários em 2 meses. Posteriormente, a empresa abre o capital.
– Em fevereiro de 2023, a Microsoft introduz Kosmos-1, um LLM multimodal que pode responder a imagens e áudio prompts, além da linguagem natural.
– Em março de 2023, a Google cria Bard, um chatbot com uso de inteligência artificial e posteriormente o Gemini.
– Em abril de 2023, a Bloomberg anuncia um LLM treinado em dados financeiros e a Amazon anuncia Bedrock, capaz de gerar modelos disponíveis via API, além do seu Titan LLM.
As novidades deste ano em IA
A evolução no ano de 2024 para a inteligência artificial generativa se amplia. Large language models (LLMs) “grandes modelos de linguagem” são modelos de aprendizagem de máquina que são treinados para aprender, a partir de um volume gigantesco de dados, de domínio público. Conseguem gerar linguagem para conversar com 3 humanos e criar contextos. Treina-se para aparentar a linguagem humana e busca-se o conteúdo em todos os textos, imagens, áudios, estrutura, códigos existentes. Com o objetivo aparente de responder perguntas ou imagens com um volume gigantesco e crescente de dados.
“Um LLM é um sofisticado software baseado em fortes técnicas estatísticas e matemáticas. São sistemas probabilísticos e não determinísticos. São otimizados para fluência e não para acurácia. Podem ser ferramentas extremamente úteis mas precisamos saber quando e onde as utilizarmos” (TAURION, 2023).
A possibilidade de gerar falsos dados, códigos, imagens que se parecem com os reais podem gerar casos de fraudes, falsificações e roubo de identidade. Além disso, requer gestão da propriedade intelectual e, para isso, deve haver um programa de confiança e supervisão planejado e regulamentação. A intenção é assegurar que as tecnologias sejam implementadas de forma sustentável. A evolução da transformação digital está em curso, inovações brotam como mananciais em todos os lugares do planeta e se intensificarão. As máquinas não devem ser totalmente autônomas (para assegurar a vida humana), ressalta-se o uso responsável de tecnologias digitais para preservar o ambiente e a vida das próximas gerações.
Texto adaptado para o blog Lonax sob autorização da autora. Graça Murici é fundadora da Gestão e Inovações. Psicóloga pela UFMG, Especialista em Administração de Recursos Humanos pela Fundação João Pinheiro. Mestre em Administração Geral e Organizações pela UFMG. Mestre em Ciência da Informação/Gestão do Conhecimento/UFMG. Doutora (PhD) em Gestão e Organização do Conhecimento/Gestão e Tecnologia.