Ceará: terra de luz, humor e liberdade

O Ceará se orgulha de ter sido o primeiro estado do Brasil a abolir completamente a escravatura, 4 anos antes da assinatura da Lei Áurea pela então Princesa Isabel. Por isso é conhecido como Terra da Luz, claro, também pelo fato da incidência na maior parte do ano de muito sol e calor.

Oitavo estado mais populoso da Federação, no último levantamento do IBGE a população passava dos 9 milhões de habitantes, isso em 2021.

De clima tropical e semiárido, o território cearense está 100% inserido na região conhecida como Sertão. É o único estado da União com essa característica.  Além disso mais da metade do bioma da Caatinga está concentrada no Ceará.

O sertão cearense também é fonte de orgulho para seus conterrâneos por ter produzido os maiores humoristas do Brasil; nada menos que Renato Aragão, Tom Cavalcanti e o gênio Chico Anysio nasceram no Ceará.

Outros grande cearenses ocupam lugar de destaque por suas contribuições ao país em suas áreas de atuação: José de Alencar, Rachel de Queiroz, Castelo Branco e Dom Hélder Câmara são alguns exemplos. Não se pode deixar de citar o Padre Cícero, figura lendária, que até hoje habita o imaginário do povo brasileiro e foi eleito o “Cearense do Século”.

A fé e a igreja no centro da cultura cearense

A religião é traço essencial no história e no dia a dia da maior parte dos cearenses. A cultura está extremamente ligada aos ritos e dogmas cristãos e ficam claros quando se observa, mesmo sem atenção mais detalhada, a importância na construção da identidade do povo e de sua cultura.

O Cristianismo é a religião mais professada no Ceará e a Igreja Católica é a doutrina cristã que mais deixou marcas na cultura cearense. Foi a única reconhecida pelo governo até 1883, quando, na capital do Estado, foi fundada a Igreja Presbiteriana de Fortaleza.

 Cada um dos 184 municípios cearenses possui seu padroeiro. O padroeiro do Ceará é São José. O seu dia no calendário religioso, 19 de março, é feriado estadual. Segundo a tradição popular cearense e a tradição dos profetas da chuva, essa data tem grande significado, pois, se nesse dia houver chuva, o “inverno” (estação chuvosa) estará garantido. Do contrário, a seca estará inegavelmente caracterizada.

A provação da seca

A seca é marca do sertão nordestino e das características do meio ambiente tropical. Ela vem de tempos em tempos para testar a tenacidade e a bravura do sertanejo. Traço imortalizados por diversos escritores ao longo dos tempos.

A estiagem de 1606 foi a primeira e que determinou a ocupação do território cearense. Outra que também mudou o perfil da região foi a que permaneceu por 3 anos, de 1777 a 1779. A conhecida seca dos três setes; ela arruinou a indústria das charqueadas, que teve seu suspiro final em outro período de provação pela falta de chuvas: entre 1790 e 1794.

Já no início do século XIX a região viveu períodos de relativa tranquilidade, sem grandes secas. Até que outra onda de calor e secura chegou e por dois anos ocasionou grandes perdas para a atividade agropecuária do Ceará.

As políticas públicas no combate à seca

Somente um século depois, através de Decreto editado pelo então Presidente Nilo Peçanha, foi criado o primeiro órgão para estudar a problemática do semiárido. O DNOCS recebeu ainda em 1919 o nome de Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas – IFOCS antes de assumir sua denominação atual, que lhe foi conferida em 1945, vindo a ser transformado em autarquia federal, através de Lei.

Sendo, de 1909 até por volta de 1959, praticamente, a única agência governamental federal executora de obras de engenharia na região, fez de tudo. Construiu açudes, estradas, pontes, portos, ferrovias, hospitais e campos de pouso, implantou redes de energia elétrica e telegráficas, usinas hidrelétricas e foi, até a criação da SUDENE, o responsável único pelo socorro às populações flageladas pelas cíclicas secas que assolam a região.

Logo depois é criada a SUDENE, que concorreu para a veiculação da versão, só em parte verdadeira, de que a capacidade dos açudes então existentes, já era suficiente para atender a demanda d’água na zona semiárida e que era chegada a hora de ser fomentada a irrigação.

Na década de 1930, foi instituído o polígono das secas, no qual a quase totalidade do território cearense (92,99%) está inserido.

A economia cearense

O comércio é muito marcante na economia do Ceará, compondo o PIB do estado em mais de 70%.

Quase metade da economia cearense se concentra na capital.

Em Fortaleza existem vários shopping centers: Iguatemi Fortaleza, North Shopping, Shopping Aldeota, Shopping Benfica, Shopping Center Um, Shopping Del Paseo e Shopping Via Sul. Além desses, somente outros quatro shoppings ficam fora da capital: o North Shopping Maracanaú, que fica em Maracanaú; o Iandê Shopping Caucaia, que fica em Caucaia; o North Shopping Sobral, que fica em Sobral e o Cariri Shopping, que fica em Juazeiro do Norte.

Com a irrigação a agricultura prosperou

A castanha de caju não é só um símbolo do Ceará de fato é um dos principais produtos do estado. Outras culturas merecem destaque: feijão, milho, arroz, algodão herbáceo, algodão arbóreo, cana-de-açúcar, mandioca, mamona, tomate, banana, laranja, coco e, mais recentemente, a uva.

Com a solução da irrigação, tem crescido um polo de agricultura voltada principalmente à exportação; são áreas próximas à Chapada do Apodi, onde se produz especialmente frutas como melão e abacaxi. Outro destaque muito recente é o do cultivo de flores, que tem ganhado importância especialmente na Serra da Ibiapaba, região mais fria do Ceará.

Na pecuária os rebanhos de maior representatividade são os bovinos, suínos, caprinos, equinos e aves.

Do subsolo cearense são extraídos ferro, água mineral, calcário, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, sal marinho, grafita, gipsita, urânio bruto. O município de Santa Quitéria, na localidade de Itataia, possui uma das maiores reservas de urânio do Brasil.

A indústria cearense

O Ceará tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 24,8 bilhões, equivalente a 1,9% da indústria nacional e empregava 306.553 trabalhadores na indústria.

Os principais setores industriais são: Construção (26,7%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (20,3%), Couros e Calçados (9,7%), Alimentos (8,9%) e Metalurgia (7,4%). Estes 5 setores concentram 73,0% da indústria do estado.

Os principais setores da indústria cearense são vestuário, alimentícia, metalúrgica, têxtil, química e calçadista. A maioria das indústrias está instalada na Região Metropolitana de Fortaleza, que abriga um importante complexo industrial e onde se concentram indústrias com destaque nacional: Aço Cearense, Companhia de Alimentos do Nordeste, Grendene, Café Santa Clara, Grande Moinho Cearense, Grupo Edson Queiroz, Indústria Naval do Ceará, J. Macêdo, M. Dias Branco, Troller e Ypióca.

Na Região Metropolitana de Fortaleza, cidades importantes como Caucaia, Horizonte, Maranguape e Maracanaú – onde está instalado o CD da Comercial Maia, o 38º maior atacadista do Brasil e que sozinho atende a todos os 184 municípios cearenses.

Totalmente focado no mercado do Ceará, a história de quase 40 anos (completa em dezembro deste ano) começa com a migração de um jovem no estado.

Comercial Maia: cearense de corpo, alma e mercado

Cearense de Morada Nova, Luiz saiu da terra natal para tentar uma vida melhor aos 17 anos e com apenas o 4º ano primário, além de muita vontade e obstinação.

Mas não foi para fora do nordeste, o que muitos conterrâneos fizeram ao longo dos tempos, mas para a capital Fortaleza. Subiu num caminhão com mais 10 viajantes, além da companhia de muitos bichos, pois o veículo era para transporte de animais. O ano era 1969.

Depois de quinze anos trabalhando como representante para um poderoso laboratório multinacional, deixou o emprego com uma alta remuneração (mesmo para os dias de hoje), comprou um pequeno Fiat 147 para ter onde guardar as mercadorias que comprou para revender e decidiu se juntar ao amigo Sampaio para ser um revendedor. Começava a Comercial Maia, fundada em dezembro de 1984.

– Lembro até hoje da primeira mercadoria que vendi, do primeiro faturamento. A escolha pelo Fiat é que ele aguentava peso – diverte-se Luiz Maia, fundador do grupo que hoje concentra três empresas (distribuidora, transportadora e imobiliária), deve faturar esse ano perto de R$ 220 milhões e emprega mais de mil pessoas.

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