Alimentação de peixes: o que é preciso saber sobre o tema?

A piscicultura é uma atividade em constante expansão no nosso país, tendo em vista que contamos com 8,4 mil km de costa marítima e 500 hectares de reservatórios de água doce, além do clima favorável e do crescente mercado interno. Há muitas espécies criadas para comercialização, mas a tilápia é o grande destaque, representando 57% da produção nacional.

O Brasil conquistou o 4° lugar como produtor dessa espécie no mundo, fazendo com que a piscicultura movimentasse uma parte importante da economia. Para tanto, a criação precisa ser totalmente monitorada e controlada, desde o início da vida das espécies até o momento em que atingem a condição ideal para o consumo.

Um dos fatores essenciais é a alimentação de peixes, que deve ser feita da maneira adequada para garantir a boa qualidade e o valor do produto final. Para que você não tenha mais dúvidas sobre o assunto, preparamos este post com tudo o que precisa saber. Acompanhe!

Entenda a importância da alimentação dos peixes

Há diversos pontos que interferem diretamente no sucesso da aquicultura, como temperatura da água, manejo, instalações adequadas e alimentação oferecida às espécies. Contudo, a alimentação merece destaque porque pode representar até 80% dos custos de produção. Isso significa que é o principal elemento do êxito econômico ou não da atividade.

Alimentar as espécies em excesso é desperdício, que leva à perda econômica e a uma descarga maior de dejetos no tanque. Por sua vez, a oferta menor de alimentos ou o fornecimento de dieta pobre em nutrientes resulta no menor crescimento dos peixes, que também leva a prejuízos.

A nutrição dos peixes está intimamente ligada aos seguintes pontos:

  • crescimento das espécies;
  • taxa de conversão alimentar;
  • saúde dos animais;
  • resistência a doenças, manuseio e transporte;
  • qualidade da carne;
  • rendimento de carcaça dos peixes;
  • quantidade de ovos produzidos;
  • qualidade das larvas.

Portanto, a alimentação dos peixes precisa ser na quantidade e na qualidade ideais para que a criação seja lucrativa para o piscicultor.

Saiba o que é preciso considerar para formular a dieta

Para fornecer a alimentação adequada aos peixes, é preciso atentar a uma série de fatores. A seguir, veja os detalhes de cada um deles.

Sistema de produção

O sistema escolhido pelo piscicultor para produzir seus peixes pode variar. Isso tem grande influência na alimentação a ser oferecida: no cultivo extensivo, os animais comem somente o que já existe no reservatório, por exemplo. Algumas das espécies que podem ser cultivadas assim são a tilápia, o pintado da Amazônia, tambacu e pacu.

No sistema semi-intensivo, é possível controlar a alimentação de maneira mais cuidadosa, enquanto no intensivo faz-se uso de dieta balanceada com controle rígido. Ainda há o cultivo superintensivo, extremamente detalhado, com monitoramento em tempo integral e uso de equipamentos próprios para essa modalidade.

Fase da produção

A fase em que se encontra o peixe é outro ponto crucial a ser considerado. Afinal, dependendo da etapa de crescimento, há necessidades específicas de determinados nutrientes. Os alevinos, isto é, os filhotes, requerem uma dieta com altos teores de proteína (40% ou mais) e que seja de fácil digestão, pois seu sistema digestório ainda não está completamente desenvolvido.

Espécie cultivada

As espécies demandam necessidades nutricionais. Não é possível fornecer a mesma quantidade e qualidade de alimentos para todas elas. Essa informação é importante também para os casos em que mais de uma espécie é criada no mesmo tanque.

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Ainda há outros pontos que devem ser levados em consideração, como a temperatura e o pH da água, a forma de manejo e o tipo de revestimento do tanque.

Conheça os tipos de ração para a alimentação de peixes

O mercado oferece uma grande variedade de ração. Para escolher a ideal, você precisa saber sobre o comportamento alimentar dos peixes, as dimensões dos tanques ou reservatórios, a temperatura e a qualidade de água, além da densidade de estocagem. Basicamente, a dieta dos peixes pode ser classificada como suplementar ou completa, como você verá a seguir.

Dieta suplementar

Como o próprio nome indica, a ideia é complementar o alimento natural. Por esse motivo, há uma concentração de proteínas e certo desequilíbrio em aminoácidos essenciais, mas, em compensação, mais energia é fornecida. A dieta suplementar pode ou não conter uma mistura de vitaminas e minerais.

Esse tipo de alimentação só pode ser adotado quando a espécie tem plenas condições de encontrar comida natural no local onde é criada. Para permitir isso, a quantidade de peixes por tanque tem que ser baixa.

Dieta completa

São oferecidos todos os nutrientes dos quais o peixe precisa para seu desenvolvimento. Assim, todas as necessidades proteicas, energéticas, vitamínicas e minerais são supridas. Essa é a dieta mais utilizada na aquicultura, pois proporciona um balanceamento nutricional completo e funciona como alimento exclusivo para os peixes.

A ração pode vir farelada ou extrusada. A farelada tem a consistência de um pó e é indicada para alevino de até 4 cm. O ideal é utilizá-la pelo menor tempo possível, pois sua densidade faz com que seja facilmente dissolvida na água, gerando desperdício de ração e perda de nutrientes.

Já a extrusada passa por um processo de fabricação que a torna porosa e leve, permitindo a visualização da resposta dos peixes e reduzindo as perdas. Por isso, opte por essa modalidade sempre que possível.

Descubra quais são as técnicas de alimentação de peixes

A distribuição da ração aos peixes pode ser feita de três formas: manualmente, em comedouros ou por alimentadores automatizados. O sistema escolhido deve estar de acordo com o tamanho do cultivo e a quantidade de peixes.

A forma manual é a mais recomendada para tanques menores, pois permite observar se há peixes com problemas de saúde, se algum está impedindo outro de comer e, ainda, a saciedade deles.

Os alimentadores automatizados são indicados para promover uma dieta rápida em grandes áreas. Eles podem ser programados para disponibilizar porções ideais de tempos em tempos.

Como você viu, a alimentação de peixes é o principal fator de sucesso da piscicultura, portanto requer toda a atenção do produtor. Por representar a maior parte dos custos, também deve ser objeto de um planejamento cuidadoso, levando-se em consideração a espécie, quantidade de animais, fase de crescimento e necessidades nutricionais.

Sendo assim, é imprescindível contar com um bom fornecedor. Não deixe de seguir rigorosamente as indicações de um profissional para o fornecimento correto de alimento aos animais.

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