A Guerra do Paraguai

Maior conflito armado internacional em toda a história da América Latina, a Guerra do Paraguai envolveu 4 nações em conflitos que se estenderam por 6 anos: Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai.

O principal estopim da Guerra foi o desejo do então presidente paraguaio Solano Lopez (1864-1870) de anexar mais terras ao país por invasões e conquistas. Para isso ele pretendia anexar terras argentinas e brasileiras para assim conquistar uma saída para o mar.

Um ano antes do início da Guerra, o Império do Brasil já não mantinha boas relações com o governo paraguaio. No Uruguai havia uma rebelião liderada  por Venâncio Flores do Partido Colorado contra o governo do Partido Blanco, de Bernardo Berro.

Solano Lopez apoiava o governo dos Blancos, em oposição ao apoio aos Colorados do governo brasileiro. Esse antagonismo acirrou as relações ainda mais entre os dois países.

Invasão brasileira do Uruguai deflagra a Guerra

O Brasil então invade o Uruguai em 12 de outubro de 1864. Na ocasião, Solano Lopez apreende o navio mercante brasileiro Marquês de Olinda e prende o governador da província de Mato Grosso, que estava a bordo.

No mês seguinte o ditador paraguaio declara guerra ao Brasil e destaca uma tropa para invadir Mato Grosso. A cidade de Corumbá foi saqueada e as tropas paraguaias se apossaram de minas de diamante na região, além de armamentos e munições.

Mas o real objetivo de Solano Lopez era enviar suas tropas ao Uruguai, mas para isso precisava da autorização do governo argentino para cruzar o território. O então presidente portenho, Bartolomé Mitre, recusou o pedido.

Em meio a esse movimento do Paraguai, o governo brasileiro consegue derrubar Aguirre no Uruguai, aliado de Solano. O Uruguai passa ter um governo de fantoche comandado de fato pelo Brasil.

Solano recebe título e poderes ilimitados no Paraguai

Solano então convoca o Congresso Paraguaio que lhe concede o título de Marechal Presidente e com isso ganha poderes ilimitados. Assim ele declara guerra contra a Argentina e apreende dois navios portenhos na Baía de Corrientes.

No dia seguinte os paraguaios invadem e instalam governo provisório com seus aliados naquele país.

O acordo da Tríplice Aliança contra o Paraguai

Em 1º de maio de 1865, Brasil, Argentina e Uruguai assinam a aliança batizada de Tratado de Tríplice Aliança, um bloco formado para combater Solano Lopez e o Paraguai.

O acordo previa a aniquilação de Solano e de seus comandados, além da anexação de parte do território paraguaio a favor dos 3 países da aliança.

A Guerra teve o capítulo crucial na chamada Batalha do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, quando a frota paraguaia foi destruída pela Marinha do Brasil. Essa vitória forçou a retirada das tropas paraguaias do território argentino e possibilitou pelos aliados o controle sobre as várias hidrovias do redor do Paraguai.

Tentativa de paz fracassada

Em setembro de 1866, Lopez convidou presidente argentino Mitre para reunião para chegarem a um acordo para a paz na região. Mas não houve consenso.

Em 1868, acuado pelas forças da Tríplice Aliança e tomado pela desconfiança interna de traição, prendeu e mandou executar diversos compatriotas. Chegou ao ponto de torturar e matar a própria mãe de 70 anos após ela revelar que tinha sido concebido fora do casamento.

O fim da guerra com a morte de Solano Lopez

As tropas aliadas conseguiram chegar à capital Assunção em janeiro de 1869, o que forçou Lopez a recuar para o interior do país. Chegou ao norte do Paraguai, na região de Cerro Corá, em fevereiro de 1870.

Dois destacamentos foram enviados para a capturá-lo; Lopez estava acompanhado por 200 soldados paraguaios, refugiados na floresta. Sob o comando do general brasileiro José Antônio Correia da Câmara foi travada a última batalha contra o grupo resistente paraguaio.

Ferido, Lopez recebeu ordem de rendição, mas se recusou e bradou: “Muero com mi pátria!”. Foi a última frase de Lopez que pereceu ali e assim teve fim a Guerra do Paraguai.

A guerra terminou com cerca de 60 mil mortos do Brasil; o Paraguai, derrotado no conflito que iniciou ao invadir a então província de Mato Grosso, perdeu cerca de 280 mil combatentes, mais da metade da população à época.

 

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