5 principais pragas do milho e como combatê-las de forma assertiva

Ainda são muito escassos os estudos sobre as principais pragas do milho, mesmo que algumas sejam bastante comuns nas lavouras brasileiras. Além dos danos diretos que provocam às plantas, elas também podem ser vetores de doenças que causam prejuízos significativos à produção.

Conhecer bem o comportamento desses inimigos é a única forma de se proteger contra perdas e garantir a lucratividade da lavoura. Foi pensando nisso que escrevemos este artigo com informações essenciais que você precisa conhecer para se proteger desse mal. Continue a leitura para conferir!

1. Lagarta-elasmo

A lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), também conhecida como broca-do-colo, é uma praga típica de regiões temperadas e tropicais da América Latina. É uma espécie de hábitos noturnos, cujo ciclo reprodutivo é favorecido por temperaturas altas e solos secos ou arenosos.

É imprescindível que técnicas eficientes de monitoramento sejam aplicadas na lavoura, para que a presença da praga seja percebida antes de causar maiores prejuízos.

Uma prática com grande potencial nesse sentido é o uso de armadilhas com feromônios sexuais, as quais exalam um cheiro atrativo para os machos e permitem a sua captura para uma análise populacional. Outra possibilidade é o monitoramento presencial no campo, no qual se observa a quantidade de plantas danificadas.

O manejo da umidade do solo tem uma certa eficácia para o controle da lagarta, pois aumenta a taxa de mortalidade dos indivíduos mais jovens e afeta a escolha do local para a colocação dos ovos. Também foi observado que o sistema de plantio direto fornece um ambiente mais hostil ao seu desenvolvimento quando comparado ao convencional.

2. Corós

Os corós referem-se a várias espécies de larvas da família Melolonthidae, e são conhecidos por atacar as partes subterrâneas das lavouras. Essa é a principal característica que dificulta o seu controle e mapeamento, o que exige um conhecimento profundo dos seus aspectos comportamentais para a contenção de danos.

No início do seu desenvolvimento, as larvas podem ser encontradas ainda na palhada de restos culturais. Posteriormente, elas migram para as raízes das plantas, que lhe servirão de alimento. O plantio convencional é uma forma de conter o seu crescimento, já que o revolvimento do solo causa danos mecânicos à praga e a deixa exposta a predadores.

O controle químico é a forma de controle mais usada até o momento, principalmente com a aplicação de defensivos agrícolas nas sementes ou nas linhas de semeadura. Técnicas de controle biológico ainda estão sendo estudadas, usando moscas e vespas que parasitam as larvas e fungos hospedeiros.

3. Lagarta-rosca

Lagarta-rosca é como são conhecidas as lagartas dos gêneros Agrotis, Anicla e Peridroma, que recebem esse nome pela forma como se escolhem quando são tocadas. São pragas de hábitos noturnos, que se abrigam no solo durante o dia e atacam as plantas recém-transplantadas ou recém-germinadas à noite.

Elas se alimentam do colo, a região do caule que fica próxima do solo, fazendo com que as plantas murchem e tombem. São poucos os estudos sobre a ocorrência dessa praga no Brasil, o que dificulta o seu reconhecimento nas lavouras e, consequentemente, seu manejo.

O método de controle mais usado tem sido iscas com substâncias que atraem a lagarta, misturadas a algum defensivo químico. Outras formas de prevenir incluem a eliminação de plantas hospedeiras e restos culturais, que costumam servir de abrigo para a praga.

4. Larva-alfinete

A larva-alfinete (Diabrotica speciosa) é outra espécie de praga subterrânea comumente associada à cultura do milho. As larvas se alimentam das raízes e os besouros adultos das folhas, brotos, vagens e frutos. Elas ainda são responsáveis pela transmissão de doenças, o que contribui para os prejuízos inestimáveis que causam às lavouras.

O chamado pescoço de ganso é o sintoma mais característico das plantas afetadas, devido ao formato curvado que passam a apresentar. Nesse caso, elas ficam mais suscetíveis aos ventos fortes, uma vez que a sua estabilidade fica comprometida pela deterioração das raízes. Danos às folhas também são visíveis quando a praga atinge a fase adulta.

O tratamento das sementes com inseticidas é a estratégia de controle mais usada no Brasil, mas sua aplicação direta nos sulcos de plantio tem se mostrado mais eficiente na proteção das plantas durante o início do seu desenvolvimento.

Alternativamente, existem formas de controle biológico que usam inimigos naturais da larva como Celatoria bosqiCentistes gasseni e os fungos Beauveria bassianaMetarhizium anisopliae e Paecilomyces lilacinus. Além disso, o plantio de cultivares resistentes modificados com a bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) tem se mostrado eficaz em outros países.

5. Cigarrinha do milho

A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é outra praga conhecida pela transmissão de doenças às lavouras, sendo o enfezamento pálido (espiroplasma) e o enfezamento vermelho (fitoplasma) as mais comuns. Seus sintomas típicos são folhas com listras esbranquiçadas, amareladas ou avermelhadas, chegando a adquirir uma tonalidade púrpura.

A cigarrinha adquire o espiroplasma ou o fitoplasma ao se alimentar da seiva de plantas infectadas. A propagação das doenças se estende a todo o ciclo de vida da praga, sempre que se alimenta de cultivares saudáveis.

As práticas de manejo da cigarrinha devem considerar suas características biológicas e comportamentais. Por exemplo, sabe-se que o inseto sobrevive à medida que se alastra para novas lavouras. Assim, a rotação de culturas e o plantio sazonal são formas de quebrar seu ciclo de vida.

Além disso, é preciso respeitar um período de descanso em regiões que já foram afetadas pela praga e evitar o plantio em áreas próximas a outras lavouras. O monitoramento e a remoção das plantas doentes devem ser usados como medidas de controle, associados ao cultivo de espécies resistentes.

Manejo Integrado de Pragas é um grande aliado no controle das principais pragas do milho, pois ajuda a monitorar sua população e aplicar medidas corretivas antes que atinjam um ponto crítico. Uma prática muito eficiente nesse sentido é o uso de filmes plásticos para a proteção do solo, que substituem as coberturas de palhada e restos culturais que facilitam a sobrevivência das pragas.

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